A ambulância chegou rápido, não sei quem a chamou, mas naquela hora nada mais importava. Acompanhei ela até o hospital, avisando aos seus pais no caminho. Aquela cena parecia mais um pesadelo, e que em alguns instantes eu iria acordar e dar graças a Deus. Mas não era. Logo quando chegou ela foi diretamente para a emergência. Não pude entrar com ela. Fiquei na sala de espera. Confesso que nunca fui muito apegado a Deus, mas naquele instante, me ajoelhei e com toda minha fé comecei a orar.
Dona Lisa chegou logo em seguida. O rosto dela estava desesperado e sua voz estava tremula. Ela me perguntava sem parar. Onde estava a filha dela, o que tinham feito com ela. Mas eu não conseguia responder, estava em pleno estado de choque.
Finalmente o médico chegou até nós e falava:
- Ela sofreu um acidente muito grave senhora, e descobrimos que ela tinha problema de coração. O caso dela pode ser genérico. Você sabe de algum caso da sua família?
A conversa ficava distante ao longo que eu atravessava o corredor. Escondido, abri todas as portas até encontrar o quarto dela. Quando encontrei, o meu coração ficou apertado no peito, estava ela ali sobre uma cama de hospital, ferida. E não pude fazer nada, sentei ao lado dela e comecei a chorar baixinho. Senti suas mãos nas minhas e disse:
- Não chore.
- Me desculpe Beatriz, a culpa foi minha, e eu nem fiz nada. Eu não vou me perdoar nunca!
- Psiiu ! – a voz dela falhava – Agora, eu preciso te falar, tudo o que eu guardei no meu peito por todos esses anos. Nando, eu amo você, amo como nunca amarei alguém, amo cada qualidade e defeito seu. O seu sorriso é o que me faz sorrir. Ver você é o que me dar forças de me levantar da cama. Eu não consigo viver longe de você.
Eu a olhava em seus olhos, incrédulo, a garota que eu amei me amava o tempo todo e eu nunca percebi. Eu queria poder dizer mil coisas mais não conseguia e nem pude. Porque de repente a máquina que marcava seus batimentos cardíacos parou. E ela fechou os olhos.
Eu chorava, gritava, a equipe médica rapidamente chegou até o quarto e me tirou de lá. Eu fui pra sala de espera e me ajoelhei em frente à imagem de Deus. E com os olhos fechados comecei a rezar, rezei o que parecia uma eternidade, mas na verdade fora poucos minutos. Eu estava desesperado. Fui interrompido pelo médico, o mesmo que falava com Dona Lisa antes. Seu rosto não demonstrava nenhum sentimento. Mas eu sabia que aquele seria o pior momento da minha vida.
O conto chega ao fim,
espero que vocês tenham gostado, e obrigada a quem leu até o final.
E fica a dica:
Não fique o dia todo pensando no que fazer. FAÇA! Porque você não sabe o que pode acontecer amanhã, e talvez você possa se arrepender por toda sua vida.
Fiquem bem.
Beijos, Ingryd Hayara
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